Festa de início de ano

Não estava com nem um pingo de ânimo para ir naquela festa, preferia mil vezes ficar enfurnado no meu quarto, mas isso não impedia Alaska e Rebecca de me perturbarem para que eu fosse. As pragas só me deixaram em paz quando prometi que iria comparecer e era isso que eu estava fazendo. Estava usando um gorro preto, mesmo não fazendo frio, uma camiseta branca com a frase “Não tenho nada contra presas, mas prefiro garras” em letras garrafais pretas, um casaco fino por cima da blusa, uma calça jeans velha, tênis preto de cano alto e meus fones de ouvido estavam no bolço do casaco. Sabia que a camisa iria irritar um pouco Rebecca e Alaska, mas de certa forma este era meu intuito, também sabia, por experiência própria, que festas com seres de mais de 100 anos não tocava músicas muito atuais, por isso o fone... Se bem que podia escutar a batida de uma das minhas músicas favoritas ao me aproximar do campus, local em que estava acontecendo a festa.

Ao colocar os pés no local, senti vontade de dar meia volta e seguir para meu quarto, mas me contive. Primeiro analisei a decoração, até que não estava nada mal, depois observei bem o espaço à procura dos meus amigos, o que por um acaso eu não conseguia, então resolveu ir direto para a mesa de bebidas pra matar o tempo e talvez encontrar alguém que me fizesse companhia. Fiquei um pouco surpreso ao constatar que na mesa também tinha bebidas alcoólicas, mas dei um sorriso contido, decidindo por fim aproveitar. Servi-me com uma bebida amarela que não reconheci no momento e voltei minha atenção para as outras pessoas ali presentes, os olhando com um pouco de desdém.  

Devo admitir que fiquei um pouco assustado com a chegada repentina  da garota, está certo que eu sempre soube da atração que metade da escola sentia por mim ,mas isso não queria dizer que estava acostumado a roubarem beijos meus do nada. Por fim decidi  deixar pra lá, afinal se tratava de uma das minhas melhores amigas e eu sabia bem que a mesma tinha alguns parafusos a menos.

- Claro, você sabe que adoro um boy magia - Falei enquanto entortava  a munheca, entrando na brincadeira da Alaska e logo em seguida caindo na gargalhada com a mesma. Revirei os olhos e mostrei a língua para a vampira ao escutar seu  comentário sobre minha camisa - Você fala isso agora, mas sei que dentre as quatro paredes do meu quarto você não ia querer apenas me morder.- Sorri com malícia enquanto bebericava minha bebida, logo fazendo uma careta por causa do gosto amargo - Que merda é essa? - Indaguei entregando o copo com a bebida para Alaska, já que ela tinha mais anos de bebum do que eu, devia saber mais coisas do tipo.