Treino de Magia - Drake Warren Worthington & Evalyn B. Wheeler

My Immortal

There's just too much that time cannot erase

Não tinha certeza se estaria exagerando no que falava e no que estaria fazendo com uma bruxa que conheci fazia algumas horas, mas mesmo em pouco tempo sabia que de alguma forma estranha eu podia confiar nela. Tirando esse pensamento de confiança, tinha algo no meu estômago que embrulhava quando eu estava perto e mesmo sendo um sentimento estranho que não sentia desde meus dezessete anos, sabia que isso era raro e deveria aproveitar, porque se o mal que previ estiver vindo e a Norfoy for o refúgio das criaturas, não quero que eu fique numa guerra sem ter conhecido alguém de verdade.

Devia ter se passado umas mil tretas, ou mais do que isso, só sabia que com ela não ficava numa coma vegetativo de lembranças ruins e não estava querendo voltar para aquilo tão cedo. Sai desses pensamentos ocasionais de mundo e existência quando chegamos de fato na biblioteca e Evalyn falou sobre morar aqui, ri porque uma biblioteca não é tão legal de se ter perto sendo que te deixa mal acostumado a cuidar dos livros e a se relaxar sobre a leitura, mas não desacreditei a proposta de Eva.

Segui com a loira até uma das mesas entre estantes de livros, coloquei minha mochila sobre a mesa e puxei a cadeira para ela se sentar e disse:

-Eu preferiria um encontro com comida, velas, uma roupa que eu não tenha usado para chegar até aqui, mas no momento como primeiro dia aqui acho difícil arranjar uma coisa melhor com aquela muvuca no auditório.

Sorri me sentando, apoiei meus braços na mesa e meu queixo nas palmas da mãos, enquanto observava Eva ali perto, parecendo um lindo e fofo sonho de algo que não merecia ter, uma bruxa iniciante em magia física e que não se afasta quando tenho um surto do meu passado. Parecia demais pra ser verdade me deixando quase a desacreditar a veracidade do momento em si.

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@Lilah

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Eva me observava com curiosidade, mas mesmo em meus devaneios me sentia vigiado por ela e por isso tentava não esboçar nenhuma feição ou reação devido ao que eu pensava sendo lembranças ou não. Fiquei um pouco focado sobre essas olhadas porque talvez ela não gostaria de estar ali e de fato preferiria um encontro e tal, mas não conhecia a academia ainda e é claro que não iria comer num local onde não conhecia a comida por exemplo.

Ela se sentou do meu lado com as pernas no meu colo e falou sobre nunca deixar ela curiosa, fiquei pensativo sobre o que poderia dizer para provocar ela naquele momento de forma rápida, mas não me ocorreu nada então tornei a apenas ouvi-la. Ela falou sobre um feitiço e esperei para ver o que iria fazer, após uns segundos dela agindo a íris dos olhos dela ficaram um mesclado de azul e rosa. Ri porque realmente ficou engraçado aquele tom e bati palmas pelo truque mágico dela e pensei num feitiço para fazê-la rir, ou pelo menos acharia que faria ela rir. Disse:

-Feche os olhos. - Passei minha mão direita nos olhos dela para tampá-los e continuei ecoando a palavra em latim - speculum, speculum, speculum, SPECULUM.

O feitiço era pra eu ficar idêntico a Evalyn, pelo menos da cabeça pra cima porque era o feitiço básico e sem a conclusão de voz, era apenas para aparência facial, de cabelos e orelha. Destampei os olhos de Eva e disse:

-E então estou lindo, ou melhor linda?

Rindo fiquei virando o rosto de um lado para outro fazendo caras seduzentes e tentando não rir. Parei com as poses um pouco, olhei nos olhos de Evalyn secando ela e disse:

-Nem pense em me beijar com o seu rosto, seria estranho. Mas gostaria de ficar com o meu? -olhei para ela rindo e continuei a falar - Na verdade, você já está.

Entreguei um pequeno espelho para Evalyn mostrando que o feitiço foi para ela também, mas com as mesmas proporções sendo apenas a face, cabelos  e orelhas. Ri de ver Eva com o meu rosto e eu a olhar maliciosamente com o rosto e os olhos dela, mas tentei ser engraçado porque torcia pra ela rir também da brincadeira.

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Estava rindo de Eva e mais relaxado com ela não achar estranho nossa troca de rostos, eu realmente me diverti com o beijo quase lésbico dela em mim. Foi estranho eu me beijar porque não era eu, e eu tava com o rosto dela de verdade, está confuso pra pensar nisso, então imagine reagir a isso conforme acontecia de fato? Complica mais ainda quando sou chamado de amor, o que me chocou e fiquei o que me pareceu uma hora com cara de bobo de boca aberta olhando pra ela.

Foi um susto que eu não esperava nada parecido, ainda mais depois dos "pombinhos apaixonados" que falei que pensei que ela achava demais e agora sou o amor dela, ou isso estava rápido demais ou ainda naquela noite iríamos ficar íntimos desse jeito. Tentei voltar ao normal após ela tentar se desculpar.

-Er... tu-tudo... é o que mesmo hein?

Tossi um pouco tentando me focar mais, fechei a mão num punho e usei para tampar minha boca durante as tossidas, em seguida disse:

-Er... desculpa a reação, mas tem certeza que quer assim?

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Do rápido foi para estaca zero, devo ter piscado mais vezes do que deveria porque meus olhos começaram a doer um pouco devido a tentativa falha de tentar acreditar naquilo. Ela tava entendendo errado e eu não ajudei em nada ao que ela entendeu, porque será que nunca faço as coisas certas? Mesmo errado não queria deixar assim como está e tentei minimizar pelo menos o erro:

-Peraí Eva, te chamo pra um treino de magia nos considerando algo além de amigos, você me chama de amor e agora não é nada? Não estou entendendo você.

Gesticulei um pouco e continuei a falar:

-Você está querendo o que? Me fazer gostar de você e depois me dispensar em tempo recorde? Isso foi alguma aposta sua com outros alunos que queria pregar uma peça no novato?

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Ela parecia confusa e indecisa sobre o que fazer, o que falar e talvez até mesmo sobre mim, mas não esperava que ela me interrompesse e me mandasse calar a boca. Aquilo com certeza foi totalmente inesperado, porque esperava que ela me beijasse pra calar a minha boca, ou saísse dali chorando ou gritando, ou numa hipótese mais violenta, que ela me batesse e me acordasse falando que desmaiei por um feitiço e ela estava preocupada.

Claro que imaginar isso tudo como um sonho seria mais fácil do que continuar naquela situação duvidando de tudo que estava acontecendo entre eu e Evalyn e as suspeitas que não passavam de pensamento sobre o possível fim dessa relação por essa discussão talvez. Contudo, se ela me mandou calar a boca já me chamando de amor, isso é contraditório, ou talvez insinuasse apenas uma bronca amigável pra eu parar de falar, que por sinal era um hábito falar de mais quando estou nervoso.

Ela me beijou me calando a boca como só ela sabe fazer e parecia que tudo sumiu e era só eu, ela e nos lábios se tocando e nossas línguas, literalmente parecia uma eternidade aquele beijo que não queria que acabasse nunca, mas tudo tem um fim e rapidamente o beijo acabou. Ela me respondeu contrapondo minhas suposições infundadas, sorri sem graça pelo que disse e a puxei para mim para outro beijo que igualmente quanto o anterior não queria que acabasse tão cedo.

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Sorri porque o que ela falou era de fato verdade, então tentei focar em alguma coisa sobre magia que pudesse ensinar a ela. Mexi a boca pensando um pouco e disse:

-Inicialmente o feitiço mais simples pra mim é o ilusório para sons. Um exemplo...

Usei minha mão esquerda esfregando meu indicador direito um pouco e pronunciei claramente: "Sonorus" Passei o dedo na garganta e com uma voz fina falei:

-Entendeu?

Tossi, mudei para um voz de locutor:

-E então, aprendeu mais ou menos como se faz?

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Ri com Evalyn porque brincar com a voz é engraçado mesmo e concordei com a cabeça, mas não me atentei a diversão porque era um treino principalmente e continuei:

-Isso é com voz normal, para imitar a voz de alguém, ao invés de esfregar o indicador na outra mão, você passa debaixo do queixo da pessoa e depois na sua garganta recitando o feitiço em si. Entendeu? Agora tente comigo.

Levantei minha cabeça para ela poder fazer o feitiço mais facilmente e esperei pelo resultado.

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Balancei a cabeça afirmativamente sobre Evalyn falando do feitiço e por ela também ter executado com sucesso ele, sorri enquanto ouvia minha voz nela, mas logo as coisas iriam ficar mais difíceis. Olhei um pouco para a mesa e disse:

-Criação inicial de elementos agora.

Estendi minha mão direita sobre a mesa e disse "Aqua" em seguida movi minha mão esquerda sobre a direita algumas vezes em formas circulares. Algum tempo depois tinha um filete de água girando sobre minha mão direita, parei os movimentos com a esquerda, mas brinquei jogando com cuidado de uma mão para outra enquanto o filete girava e corria entre minhas mãos sem de fato me encostar.

Passei o controle do filete para minha mão esquerda e o controlei enquanto passava envolta da minha mão direita parada e fazia ele girar, se transformar numa bola e rapidamente retornando a ser um filete. Parei com o filete girando na minha mão esquerda e disse:

-Esse funciona com qualquer elemento, basta dizê-lo em latim.

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CARAMBA, fiquei pasmo com Eva controlando fogo e em seguida o ar, não esperava que ela fizesse isso porque no normal ela faria com água como eu. Estava não só surpreso por ela passar um capítulo do que eu iria ensinar como também dominou bem o fogo sendo que ele é o elemento mais perigoso dos quatro. Pensei sobre o que resposta para ela, mas as palavras fugiram, ainda estava chocado com o domínio dela com fogo, mas disse:

-UAU mesmo, não estava esperando que você já fosse tentar outro elemento. Parabéns pelo controle, eu demorei quase duas semanas com esse feitiço.

Abracei-a feliz por ela, em seguida ajeitei-me na cadeira e disse:  

-E agora, tem alguma ideia do que quer aprender?

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Ela agradeceu pela minha ajuda, mas que na verdade era mínima porque ela praticamente aprendeu tudo sozinha, sendo que eu só mostrei como fazer. Eva me beija rapidamente falando que o treino já estava bom por hoje e que havia uma festa de início de ano. Revirei os olhos porque não estava afim, mas me alegrei porque ela também não queria ir e estava afim de uma festar particular.

Sorri observando sua carinha de sapeca igual criança, a beijei e disse que tudo bem. Peguei minha mochila e a esperei se levantar para pegar sua mão e irmos juntos saindo da biblioteca. Iria primeiro pro meu quarto e depois para o dela, porque não queria levar todas as minhas roupas e minhas coisas para o quarto dela e tal.

Encerrado.

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